Vasco da Gama e a estrela-fixa Regulus
- Patrícia Helena Dorileo
- 4 de mar.
- 2 min de leitura

Há 125 anos nascia o Clube de Regatas Vasco da Gama. Não se sabe o horário exato em que o grupo de imigrantes portugueses remadores no Rio de Janeiro bradou a fundação da agremiação que, sua primeira consagração foi, na verdade, no remo. Entre mais altos do que baixos, consagração é uma palavra que pertence ao Vasco, o clube que também aprendi a amar – e a tolerar o sofrimento por algo que está absolutamente fora do meu controle de solução. Pertence porque no dia 21/08/1898 o Sol estava em Leão e acompanhado de Regulus, uma das quatro estrelas reais. Conforme Ptolomeu, essa honrada estrela tem a natureza de Marte e Júpiter, o que sugere luta e glórias. Ela destina ao coroamento, ao destaque, ao poder, ainda que problemas de reinados estejam previstos.
Mercúrio, que entendo ser a encarnação dos jogadores de futebol, é outro astro absolutamente dignificado. Está em Virgem, domiciliado e exaltado na carta deste nascimento. Prometeu e trouxe uma quantidade obscena de craques. Romário, Juninho Pernambucano, Edmundo, Pedrinho, Carlos Germano, Vavá, Nenê, Djalma só pra começar a lista dos que vi jogar ou ouvi tanto falar – e claro, o unânime com estátua e tudo, Roberto Dinamite.
É este mesmo Mercúrio que em tensão a Marte em Gêmeos, simbolizam uma construção de clube e time que foram na contramão da estrutura colocada à época. Nasceu no subúrbio, formado por maioria de atletas negros e pobres, num tempo em que o futebol não era popular. Precisou enfrentar o elitismo, os preconceitos, os obstáculos tantas vezes colocados por quem mandava. Hoje sabemos bem que os inimigos estão dentro das próprias imediações de São Januário, mas não vem ao caso. Fato é, que quem abençoava esses combates era a estrela Denebola, contraventora e que pode apontar os perseguidos.
Regulus é o coração do Leão. E a par das bênçãos concedidas, ela empenha muito orgulho daquilo que se é e do que mostra. Ou seja, aconteça o que acontecer, o Vasco da Gama é muito maior do que seus instantes de derrotas e fracassos, tem uma História de brio e honradez, que se mistura à história do país, e que jamais pode ser esquecida ou desmerecida. O Vasco tem a coroa mais nobre do futebol brasileiro.
O Ascendente é fictício, justamente porque não temos o horário de fundação. No entanto, não acharia de todo estranho ter um Ascendente Antares.
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Patrícia Helena Dorileo - astróloga, reikiana e jornalista.
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