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Ascendente: "corpo-testemunho"

  • Foto do escritor: Patrícia Helena Dorileo
    Patrícia Helena Dorileo
  • 18 de set. de 2023
  • 2 min de leitura

Quando se abre um mapa astral, é preciso se demorar um pouco além da conta sobre o Ascendente, o ângulo que marca a hora do nascimento (de alguém ou de algo ou de uma pergunta), e eleva um signo ao horizonte leste. É preciso se demorar porque, justamente, marca o nascimento. E mais do que um mero ângulo, é a casa do mapa onde mora a Vida e, portanto, o Corpo circulante-pensante-sensível. O ângulo que reúne representações do corpo físico, da face, vitalidade, saúde, do temperamento. Tudo aquilo que nos põe em existência neste mundo, nesta vida, que nos individualiza e dá condição para o bem-viver.


Assim sendo, é um abuso quando alguém chega em consulta ou na mesa do botequim e diz que “meu problema é o meu ascendente” – é mais comum do que se imagina. Sinal de muitas coisas, rs, mas sobretudo, de que se investigar bem, ali há de resgatar o equilíbrio com a própria história, os próprios modos e motivações, e tonificar a potência de ser quem se é. Ao renegar, afastar ou arrefecer a importância do Ascendente, renega-se a si mesmo, ao próprio corpo, essa coisa tão sagrada que abriga alma e espírito. Afasta a saúde, adoece.


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Dia desses minha amiga e psicanalista Vanessa Proença (@vanessaproencapsi) escreveu sobre o Corpo-Testemunho, texto que me fez pensar sobre a Casa 1. Achei perfeita essa relação, do corpo declaratório, comprovatório das “impregnações de uma vida, desde o início”, como ela discorreu. Isso é o Ascendente. Um testemunho da unicidade que “fervilha afetos inomináveis”.


Por alguns exemplos muito sucintos, uma Lua na Casa 1 consta de uma natividade-camaleoa. Mercúrio jubila neste lugar da carta, então, se há este posicionamento, é certo que a pessoa é uma verdadeira condutora de inteligência; se tem Vênus, é alguém de largos sorrisos; enquanto Marte ascendendo demonstra um corpo marcado tanto pela peleja que deixa marcas quanto pelo franco direcionamento das vontades. O planeta regente do Ascendente é primordial neste desenho também.


Respondendo à Vanessa, eventualmente a gente rui ao tentar sustentar o que invade – coisas de Casas 6 e 8. Mas ruir é também reconhecer os próprios limites, dos mais íntimos aos mais externos. São as glórias e os desconfortos, bem demonstrados sempre pelos símbolos astrológicos numa carta, quem nos faz acessar a Vida. Rejeitar o próprio Ascendente é rejeitar a si mesmo e a tudo o que o corpo suporta e realiza de modo distintamente único.


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Patrícia Helena Dorileo - astróloga, reikiana e jornalista.

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