Vênus Realeza: em Leão

A Vênus se vestiu de dourado, brilho e coroa, e assumiu o trono: chegou no trono do Sol, aquele que vai elevar o amor ao mais alto posto de importância. Vênus em Leão está pronta para sentir e exalar toda a paixão da fogueira que lhe arde. Vestir os vestidos mais brilhosos, por os ourinhos nos dedos e no pescoço, escolher um diadema por dia.

Olha para seus afetos e faz o impossível para protegê-lo. Luta por seu espaço, seu palco, sua cria com garras e dentes amolados como se dependesse dela a existência. Pode se sentir à vontade para dramatizar até o último ato. Ao mesmo tempo, é feito um felino manhoso, que se exibe para ganhar afagos e dengos.

Se a Vênus flameja neste lugar de fogo fixo, insaciável e desejoso, também se sente à vontade para exibir a toda plateia que assiste esse amor. Veja: não é exibir a si. É o que avassala. Até o último ato.

A cantora e compositora Fiona Apple é Vênus em Leão. Pois é, comportamento inibido, quando sobe ao palco não vai com grandes cenografias nem figurinos, mas quando canta é ovacionada. Não somente pela voz, que contém a força de uma verdadeira leoa em pasto aberto, mas também quando canta o amor, canta coisas tipo (traduzido): “Eu sei que você ama / No escuro, eu sei que você me ama / E eu sei que você sabe que tem / O potencial para me pegar / E eu quero que você use isso, exploda a música / Bata, morda, machuque isso / Sempre que você quiser começar, comece / Não precisamos voltar para onde estivemos / Eu sou a mulher que quer que você ganhe / E eu estava esperando, esperando / Que você me ame”. É isso que Vênus Leoa quer.

Apenas atente-se: se não está sendo vista, algo está errado.

Outra que ruge a Vênus em Leão é a diva maior brasileira Elza Soares, quem interpretava ferozmente tudo o que lhe arrebatou o peito, incluindo a lascívia, e proferiu pérolas preciosas tais quais “Não tenho medo da morte porque acho que não vou morrer. Vou virar purpurina” – e virou. Também é quem eleva a força da mulher em qualquer fresta de oportunidade.

É Vênus para sentir-se irresistível em si mesma, marcar um date inesquecível consigo ou com outro, visitar seu império de afeto e por ali se demorar.

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Patrícia Helena Dorileo - astróloga, reikiana e jornalista.