Vênus em Peixes: deusa do amor exaltada

Há algo no amor que não é, apenas está e precisa estar. Estar na presença, na entrega, na totalidade. As minúcias se fluidificam, e o que fica é aquilo que une. O amor, puro, límpido. Vênus em Peixes ama porque é bom amar. Não teme o amor, a paixão, o afeto, o encontro, nada. Porque tudo isso é sagrado demais para ser recusado ou afligido. Por isso se declara com tanta facilidade, se permite conhecer todas as facetas dos vínculos, fantasia e talvez até se ilude mesmo, porque vale a pena.

Do chamego aos pactos, das artes à conexão com o impalpável. A busca é pela transcendência.

Adoration, Stephan Sinding (1903)

Chico César, o cantor e compositor paraibano que tem um disco chamado O Amor é Um Ato Revolucionário, tem no seu mapa a Vênus em Peixes, e o título do disco evidencia uma premissa de vida, possível de ouvi-la nas canções. Em outro álbum, Aos Vivos, encontramos e escutamos uma linda versão dessa Vênus. Eu declaro aqui “À Primeira Vista” o hino da Vênus em Peixes:

“Quando não tinha nada, eu quis

Quando tudo era ausência, esperei

Quando tive frio, tremi

Quando tive coragem, liguei

Quando chegou carta, abri

Quando ouvi Prince, dancei

Quando o olho brilhou, entendi

Quando criei asas, voei

Quando me chamou, eu vim

Quando dei por mim, tava aqui

Quando lhe achei, me perdi

Quando vi você, me apaixonei”

Agora canta daí: “Amarrara dzaia soiê, Dzaia dzaia, Aí iii iinga dunrã...”

Em Peixes, a Vênus é exaltada: sublimada, glorificada. Nessas águas que se perdem na vastidão oceânica, a Vênus se perde na dor e na delícia de amar. Sabe que ali, seja como for, algo se fertiliza abundantemente. Sob a condução de Júpiter, a elevação se dá pelo restauro da fé e da confiança no Amor, com A maiúsculo, com A de Adoração. Porque nem tudo precisa fazer sentido. A devoção é ao que toca o coração.

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Patrícia Helena Dorileo - astróloga, reikiana e jornalista.