Capricórnio, a cabra com rabo de peixes

A Cabra anuncia: faz-se solstício. Ocorre quando o Sol, demarcador das estações, chega em Capricórnio. Lugar no qual articula em iniciativa como serão postas em execução as leis e normas pensadas em Sagitário. Abre-se o período oficial dos balanços, remelexos e promessas de construção.

Ilustração: Kate Stomber

A Cabra pede: celebremos a passagem do tempo. O implacável e soberano tempo, que a permitiu chegar no topo da montanha ao findar o ano, de onde observa os duros passos dados para alcançar o lugar que onde chegou. É deste pico que tece as considerações do traçado, friamente, à distância, pois ao mesmo tempo em que Saturno lhe governa concedendo seriedade e rigidez, não deixa de compreender quais alicerces balançam sua edificação. Está sempre pronta para as construções que solidificam sua subida, ainda que sob a melancolia fúnebre de que para tudo talvez haja muitos obstáculos a serem destruídos e removidos --- ai que canseira. Por isso celebra o tempo. Não carece de pressa, respeita cada avanço com a sabedoria de quem sabe para onde se dirige. Persevera incansavelmente, não sucumbe às tentações, impõe seus limites, mantém a marcha firme, numa disciplina tão penosa quanto sagrada. Tudo porque está sedimentando o terreno que precisa ser robusto, pois é onde a liberdade e os ideais serão tenazmente defendidos. É a simbologia do signo de terra cardinal, aquela que começa e vigora, botando os devidos pesos aos processos.

A Cabra também se farta: um signo que dá casa a Saturno, e exalta Marte vestindo-se de coragem ímpar, portanto, há de exacerbar seus desejos e conquistas. A faca marcial amolada nas pedras saturninas enfrenta árduos cenários enquanto atravessa-se desertos. Bestial como é, quando vence, é lógico, se satisfaz, se entrega ao gozo da vitória, desfruta sem limites ou ponderações. Porque cada esforço valeu para este instante de entrega.

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Patrícia Helena Dorileo - astróloga, reikiana e jornalista.