Marte em Touro
- Patrícia Helena Dorileo
- 4 de mar.
- 2 min de leitura
Marte olha pra trás, vê se deixou a casa arrumada para não ter surpresas no retorno, e agora segue uma longa jornada. A próxima parada é Touro. O guerreiro agora é capaz de concentrar suas energias para as batalhas a enfrentar. Se quando em Áries é impulsivo, frenético e até errante, no Touro demora a agir. Afinal, é signo de terra fixa. Pensa, reflete, obstáculos o põe a sentir o terreno sensivelmente, tudo parece mais lento – porque de fato o é e, parece, precisa ser. O trajeto da ação é vagaroso, por vezes preguiçoso. Vantajosamente, é consistente e firme. Quando traça um plano, ele é bem arquitetado. Sabe por onde ir, prevê o que irá encontrar, é determinado, focado. Não, nem assim acelera o passo. Perseverança não necessita velocidade. Vale mais a abstinência caprichada. Quando desembesta, no entanto, os chifres vão abrindo os caminhos para alcançar a linha de chegada sem se dispor a mudar esse plano. E nessa toada, se sentir-se provocado ou ameaçado, assume ferocidade brutal que muitos ao redor podem se surpreender. Vira tourada.
A iniciativa para assumir combates, aqui, é a da materialização. A posse. O que em Áries foi impetuosamente mobilizado, agora é estabilizado e consolidado para poder bradar: “agora sim, isso é meu”. Touro quer ter certeza de que faz algo pela garantia de manter o que já detinha e se deleitar diante do que é seu.
Marte em Touro tem suas glórias, apesar de articular até demais suas prioridades em rendição a outrem, já que responde à Vênus. Talvez, aí, é onde melhor simbolize seu exílio: motivações capturadas pelo afeto; as conquistas que chegam, porém cujo território pode ser bastante desconfortável. Um desafio em compreender que, muitas vezes, é justamente o amor que reamansa as batalhas.
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Patrícia Helena Dorileo - astróloga, reikiana e jornalista.

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