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Marte em Aquário, o marginal revolucionário

  • Foto do escritor: Patrícia Helena Dorileo
    Patrícia Helena Dorileo
  • 19 de fev. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 11 de mar. de 2024


Quando em Capricórnio, Marte está em condição gloriosa de exaltação, passa por exímias batalhas. Seguindo sua viagem, ao chegar em Aquário, assume uma nova peregrinação, onde agora compartilha a força para lutar pelo bem comum, e isso pode exigir agir na surdina, na espreita. Sob os cuidados de Saturno (leia-se: Saturno é o dispositor; ou, o regente), Marte em Aquário é o que, antes de mais nada, promove vigília. A guarita está, sobretudo, no que compõe as regras sociais e o que há de ser transgredido – pois sabe como fazê-lo. Sendo signo de Ar, este é o Marte de quem encurrala com palavras e ideias. Mobiliza-se pelo que julga ser seu grande ideal, tornando-se afrontoso, incitador, provocador. Sendo signo do exílio do Sol e regido por Saturno, é o que age de modo descentralizado, limítrofe… marginal.


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Cazuza, o cantor e compositor carioca e exagerado, tinha um Marte em Aquário bastante forte e importante no mapa e na vida. Claro que suas canções permeiam muito os princípios aquarianos, mas há uma especial em sua musicografia que parece ser uma ode a este guerreiro vestido de máscaras, chamada Marginal (!): “Ele conhece o caminho / E sabe usar um canivete / Inimigos da sociedade / Que chances eles têm contra tudo / Você sempre falou mais, agora não quer saber / Eu não esqueço um rosto / Não volte nunca mais (...) // Mas quando a rua estiver deserta ninguém vai nos ver / E nós vamos fugir / Nunca mais vão dizer”. Lembra-se do ato antipatriótico, em 1988 num show da turnê Ideologia, quando cuspiu na bandeira nacional entregue por uma fã? Disse, antes ou depois, que “ser marginal foi uma decisão poética”. E, veja, quem decide, na simbologia celeste, é Marte.



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foto: reprodução


É uma posição astrológica que chamamos de peregrino porque Aquário não dá domicílio, exílio, queda nem exaltação ao guerreiro. Ou seja, sua passagem é desassociada de vínculos (fluídos e fáceis ou não), exceto quando ele transita entre os graus 20 a 25 do Aguadeiro -- trecho em que ele está nos próprios termos. Neste pedaço zodiacal ele pode assumir uma forma mais conflituosa, de enfrentamentos físicos e comando. Do contrário, seu papel é muito mais de provocação e incitamento, por ter uma visão ampla daquilo que fez guarda: seu entorno, sua comunidade, a sociedade, o mundo.


Aquário é o signo que exila o Sol, principal astro centralizador de poder. Por isso, Marte-Aguadeiro é aquele que se opõe veementemente ao status quo, ao que está condicionado como dominância. Luta, portanto, pela descentralização das forças controladoras e de autoridade.


Marte em Aquário possui a grande missão de espalhar seus valores, juízos, a Verdade. Possui faro para as inconsistências, ao contraditório, às injustiças da ordem. Assim, com perspectiva de mundo ampliada e confiante de sua engenhosidade, atrevimento e incivilidade, ultrapassa as barreiras do que é posto como regra para promover liberdades coletivas. É o Marte de Cazuza, que ensinou: “olhe o mundo com a coragem do cego, entenda as palavras com a atenção do surdo, fale com a mão e com os olhos, como fazem os mudos”. Veja, é Marte quem faz algo acontecer. Em Aquário, faz um novo mundo a partir da sentinela dele próprio.

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Patrícia Helena Dorileo - astróloga, reikiana e jornalista.

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